
A Wildlife Conservation Society (WCS) e a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), com o apoio técnico do Task Force Nacional, encerraram no dia 8 de Julho um ciclo estratégico de workshops com representantes do sector do turismo, voltado para o processo de criação da futura ACM de Memba a Mossuril.
Iniciado no dia 27 de Junho na Ilha de Moçambique, este ciclo de auscultações contou com cerca de 70 participantes ao longo dos dois encontros, reunindo operadores turísticos formais e informais, membros da sociedade civil, representantes governamentais, ONGs, académicos e empresas atuantes no sector, dos distritos de Mossuril, Memba, Ilha de Moçambique, Nacala Porto e Nacala-á-Velha.
Os encontros visaram promover um espaço de diálogo aberto e construtivo sobre o papel do turismo na conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros, onde foram debatidos temas como como: o estado actual do processo de criação da ACM de Memba - Mossuril, estratégias de zoneamento, modelos de gestão participativa, mecanismos de financiamento, implicações para o desenvolvimento turístico e oportunidades de valorização do património natural e cultural da região.
Durante a sessão inaugural, a WCS na voz do Carlos Meirinhos - Director do projecto Futuro Azul sublinhou que “a futura Área de Conservação Marinha não deve ser vista como uma barreira ao desenvolvimento, mas como uma oportunidade estratégica para valorizar o património da região, com benefícios concretos para as comunidades locais e para o sector turístico”.
A segunda etapa do ciclo, realizada no dia 8 de Julho, consolidou os contributos recolhidos no primeiro encontro e reforçou o compromisso com uma gestão integrada da costa, alinhada aos princípios da sustentabilidade. Os participantes refletiram sobre os desafios da governança ambiental e turística, destacando a necessidade de construir alianças sólidas entre diferentes setores, apesar da ausência de alguns actores-chave durante as sessões.

Os contributos gerados ao longo dos dois workshops serão incorporados na proposta técnica da ACM, que será submetida à consulta pública nas próximas fases do processo. Estão previstas novas sessões de auscultação com outros sectores impactados, comunidades pesqueiras, líderes locais, instituições governamentais e sociedade civil, assegurando que a criação da ACM decorra de forma participativa, técnica, o mais consensual possível e socialmente inclusiva.
Este percurso exigirá comprometimento contínuo, capacidade de articulação entre diversos actores e sensibilidade para reconhecer e valorizar a diversidade de perspectivas. A eficácia da jornada não reside apenas na conquista de metas ambientais e sociais, mas também na construção de um legado colectivo, pautado pela colaboração e pelo respeito mútuo.